Égua muleque! Tô orgulhoso de ver minha terra, o Pará, em evidência nacional! Seja pela culinária, pela cultura ou simplesmente pela simpatia de seu povo.
É a Dira Paes mandando bem nas novelas, o Ganso arrebentando nos gramados, Calypso e Gabi Amarantos divulgando um dos ritmos mais gostosos de se dançar que é o brega e suas derivações, Alex Atala e outros chefs renomados usando e abusando do tucupi, do jambu, do açaí, do filhote, do pirarucu, do cupuaçu e outras delícias da culinária paraense em suas criações, etc... Pai D'égua isso!
O paraense também é um bicho bastante viajador... Impressionante como encontro papa-chibé em tudo que é lugar que vou no mundo. Muitos moram no Rio e São Paulo. Foram estudar e trabalhar nesses grandes centros do país em busca de um futuro mais digno ou apenas para sair do atraso imposto pelas escolhas erradas de governantes nas últimas décadas que sucatearam o Estado e o mantém como um dos menos desenvolvidos do Brasil, apesar de ser um dos mais ricos em recursos naturais.
Eu sou um desses papas-chibés que saiu da terra em busca de oportunidades e sei que, de vez em quando, dá uma saudade danada dos amigos e das comidas de lá. Felizmente, meu mano Karleno e sua esposa Waleska, legítimos paraenses que moram em Sampa, criaram um evento que já está virando tradição para uma pequena turma de paraenses privilegiados que moram na capital paulista, o Tacacá do Kaká!
A fórmula é simples: é só chamar os amigos paraenses que moram em Sampa, alguns não paraenses que gostam da culinária do Pará ou querem conhecer, cada um traz um prato e/ou bebida (de preferência com alguma referência ao Pará), monta-se o cenário no salão do prédio do Karleno todo inspirado na cultura paraense, brega e carimbó rolando para animar a festa, muita cerveja e tá montada a presepada! O negócio é tão bom, que todo ano tenho vindo de Curitiba para prestigiar o evento!
No cardápio, só o creme! Além do tacacá (sopa indígena servida em uma cuia feita de cabaça, que leva tucupi, jambu, camarão seco e goma de tapioca), tinha também frango no tucupi, pirarucu no creme de leite, pirarucu de casaca, camusquim, vatapá de frango, açaí à moda paraense (com farinha d'água ou farinha de tapioca e açúcar), creme de bacuri, creme de araçá, creme de muruci, doce de cupuaçu, etc. Égua! Saí de lá empachado, caboco!
Pirarucu ao Creme de Leite |
Frango no Tucupi |
Camusquim |
Pirarucu de Casaca |
Açaí à moda Paraense |
Doce de Cupuaçu |
Doce de Cupuaçu "turbinado" com farinha d'água! |
Além de comer e beber, o evento também serve para colocar o papo em dia com velhos amigos e dar muitas risadas com as brincadeiras boladas pelos organizadores. Lá tem sempre um mural com as palavras e expressões mais usadas pelos paraenses, como:
* Caba: maribondo;
* Cuíra: impaciente, irriquieto;
* Égua: a vírgula do paraense;
* Empachado: alguém que comeu muito;
* Mufino: triste;
* Pavulagem: pessoa metido a besta, orgulhosa;
* Pomba lesa: pessoa boba, desligada, distraída;
* Só te digo vai: tou te avisando para não fazer isso;
* Só o creme: o que tem de melhor;
* Tá ralado: tá difícil;
* Tucandeira: calça curta;
Esse é o Tacacá do Kaká! Fiquei muito sentido de não ter ficado mais. Vou contar os dias para o evento do próximo ano!
Parabéns aos anfitriões Karleno (Batata), Waleska (Keska) e Sandro (Batatinha)! Casal que inventou essa pavulagem toda!
Para homenagear o evento, alguns clássicos de artistas paraenses:
- Ted Max: o precursor do ritmo que mais representa o Pará hoje em dia, o brega!
Insolência Pública: banda punk paraense nos anos 80.
Mosaico de Ravena: banda de rock paraense engajado, autora de um dos maiores sucessos papas-chibés, "Belém Pará Brasil".
Pinduca: o maior artista da música regional paraense, o carimbó.
adorei a homanagem ao estado do pará, tao rico neste cultura gastronomica!
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