Seguidores

sexta-feira, 6 de abril de 2012

Pra Ser Sincero, livro de Humberto Gessinger.

Tava na fila do cinema no Shopping Aldeota em Fortaleza em plena segunda-feira para assistir um filme de ação, curtindo minha semana de folga. Comprei o ingresso, faltava pouco mais de 1h para o filme começar e percebi uma livraria distante poucos metros dali. Ela tinha um café que eu achei bem convidativo para sentar e folhear alguns livros sobre arquitetura e música.

Entrei na livraria, fui direto para a gôndola de arquitetura, mas antes vi um livro com uma foto de um contra-baixo pintado com engrenagens que marcou bastante minha adolescência e a de muitas pessoas nos anos 80 e 90. O livro era o Pra Ser Sincero, do líder e vocalista de uma das bandas mais importantes do rock nacional, Humberto Gessinger (se lê Guéssinguer) do Engenheiros do Hawaii. Comprei-o na hora e já fiquei folheando-o no Café.


Enquanto estava vendo as fotos do livro, automaticamente voltei para 1991, ano em que comprei meus primeiros discos do Engenheiros na Gramophone, uma loja especializada em rock, jazz, MPB e música clássica que ficava ao lado da antiga residência oficial do Governo do Estado do Pará em Belém. Comprei Papa é Pop (1991) e fiquei alucinado. Pedi dinheiro pro meu pai e comprei de uma vez só o Longe Demais das Capitais (1986), A Revolta dos Dandis (1987) e Ouça o que eu Digo Não Ouça Ninguém (1988). Com o passar dos anos comprei todos os discos da banda e depois troquei tudo por CDs. Já fui muito fã deles e especialmente das letras do Humberto, que eram muito mais intrigantes e inteligentes que as letras das bandas da época (Legião Urbana, Titãs, Paralamas, Capital Inicial, etc.), sendo a grande maioria delas ainda muito atuais e instigantes.

Mas vou voltar a falar do livro pois quando cheguei no hotel, a primeira coisa que fiz foi começar a lê-lo vorazmente, deixando de lado sem dó nem piedade o livro que eu estava lendo.

O autor conta como tudo começou, fala um pouco de sua infância e adolescência, como conheceu o Carlos Maltz (fundador e primeiro baterista), como fundaram a banda, o primeiro show, histórias engraçadas dos bastidores, como surgiu a idéia de começar a tocar com os instrumentos Steinberger (marca registrada da banda no final dos anos 80 e início dos 90), fala da história de cada album e conta um pouco sobre sua forma de pensar e interpretar o mundo a sua volta, que na grande maioria das vezes foge do senso comum.

Contra Capa do Livro


Algumas frases legais do livro:

"Não aderir a um movimento pode ser um sinal de respeito a ele. Pensassem todos assim e não afundariam, por excesso de peso, tantas idéias bacanas. Ser datado é legal. Ser ultrapassado também pode ser, pois não se trata de uma corrida. O carro que tu vias pelo retrovisor te ultrapassa, tu vês o caroneiro de perfil, depois uma criança te abana pelo vidro traseiro. Nunca te aconteceu? É bonito. Algumas crianças mostram a língua, depois sorriem. É bonito. Depois eles param para tomar um refri, ir ao banheiro, tu passas pelo carro parado, assim vai... Na verdade ninguém ultrapassa ninguém. Isso aqui é um grande transporte coletivo. Estamos no mesmo barco e ele ainda flutua."

"Não quero virar um indústria. Sou artesanal."
 "Uma possível medida da felicidade seria o número de relações não capitalistas que um cara tem... tem gente que até  com a mãe tem uma relação custo/benefício."

Humberto em noite de autógrafos de seu livro




Devorei todo o livro em 4 dias e recomendo!

Para relembrar segue um dos sucessos mais recentes da banda:



Pra Ser Sincero
123 Variações sobre um mesmo tema

Autor: Humberto Gessinger
Editora: Belas Letras
Ano: 2010
Preço Médio: R$ 40,00

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Você poderá experimentar também:

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...