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domingo, 2 de janeiro de 2011

Começando a falar sobre vinhos...

Quem convive comigo, sabe que aprecio vinhos há muito tempo e transformei esse interesse num hobbie que considero um dos mais ricos, prazerosos e agregadores que tive pois ser um enófilo é, no meu caso, conhecer um pouco mais de história, geografia, mitologia, poesia e reunir amigos para celebrar a vida.

A história de um bom vinho, de uma região produtora, de um produtor ou de uma uva me fascinam e me mostram como aquele determinado vinho se tornou tão famoso, como ele representa a cultura do seu povo, quais fatores climáticos enfluenciam em seu sabor, etc.

Também tenho feito viagens para alimentar esse hobbie, visitando vinícolas em alguns lugares do mundo. Elas nutrem minha paixão já que possibilitam ver que por trás de grandes vinhos, existem pessoas cuidadosas, detalhistas, apaixonadas pelo que fazem, além de lugares incríveis e bucólicos.


Então vou começar a falar sobre vinhos pelo seu maior inimigo: o oxigênio!

Oxigênio? Mas por que um elemento que garante nossa vida provoca a morte de um vinho? Eu explico: experimente deixar uma garrafa de vinho destampada ou mal acondicionada por vários dias. Certamente o sabor será algo parecido com papelão molhado e depois disso o seu destino mais nobre será o de temperar uma salada. Por isso, desde que se começou a se produzir mais vinho do que a capacidade de consumo de uma família, vem se tentando vencer essa batalha contra o oxigênio.

A arma mais poderosa do vinho contra seu maior oponente é a rolha, que pode ser feita de cortiça ou sintética e serve para proteger o precioso líquido contra os efeitos nocivos do seu contato prolongado com o oxigênio. As rolhas de cortiça são as mais tradicionais, originadas da casca do sobreiro, uma árvore encontrada facilmente na região do Alentejo em Portugal (responsável por 51% da produção de rolhas do mundo) e que começa a produzir rolhas depois de 25 anos de vida, demorando 9 anos para se regenerar e poder ser novamente extraída. Devido a dificuldade de se obter rolhas de cortiça, viu-se nos últimos anos o advento das rolhas sintéticas que ganharam espaço principalmente nos vinhos de países como Austrália, África do Sul, EUA e Argentina.

A cortiça é mais charmosa, natural, nobre e por isso tem sido direcionada nos últimos anos para vinhos que passam por algum tipo de envelhecimento em barricas de carvalho. As rolhas sintéticas têm sido destinadas para vinhos mais novos e frescos, os chamados vinhos de consumo rápido, mas nem por isso têm qualidade inferior, apenas o propósito e o momento de degustar são diferentes.

Existem ainda os vinhos engarrafados com roscas. Acredite: a rosca resolve o problema de 90% dos vinhos do mundo por ser uma solução eficiente na manutenção das características da bebida. Ela também é uma amiga de algumas mulheres que não conseguem abrir uma garrafa com rolha de cortiça, ou de algumas pessoas de pouca intimidade com o saca-rolhas que empurram a rolha para dentro da garrafa.

Existem outras formas de se tampar garrafas de vinho, mas as mais utilizadas são essas. O importante é não ter preconceitos contra rolhas sintéticas ou roscas. Já tomei alguns vinhos com roscas que deixaram muitos vinhos com rolhas de cortiça comendo poeira. Nunca se esqueça: vinho bom é o vinho que você gosta, por isso, beber sem preconceitos te abre possibilidades para boas surpresas.

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